Pablo Marçal faz pedido a Nunes e mira candidatura à presidência em 2026


Pablo Marçal, ex-coach e atual político pelo PRTB, ganhou destaque nas eleições municipais de São Paulo em 2024, alcançando um surpreendente terceiro lugar com 28,14% dos votos, ficando atrás apenas de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB). Apesar de não avançar ao segundo turno, Marçal considerou o resultado como uma vitória pessoal e um trampolim para projetos mais ambiciosos no cenário político brasileiro, mirando, possivelmente, a presidência da República em 2026.


Durante uma entrevista coletiva, Marçal expressou sua gratidão aos eleitores e destacou as dificuldades enfrentadas em sua campanha. Sem tempo de propaganda eleitoral na TV e sem utilizar o fundo público de campanha, ele descreveu a conquista como “extraordinária”. Ele destacou que seu desempenho mostrou que existe uma demanda por uma nova forma de fazer política no Brasil, sem os aparatos tradicionais que os grandes partidos utilizam. Marçal afirmou: “Atingir 28% dos votos sem tempo de TV e sem fundo partidário prova que o eleitorado quer algo diferente, algo autêntico”.


Planos futuros e candidatura à Presidência


Marçal não escondeu suas ambições para o futuro e já sugeriu que sua próxima empreitada política pode ser ainda mais ousada. Ao ser questionado sobre suas intenções para 2026, o ex-coach foi direto ao ponto, indicando que seu foco está em um cargo de maior relevância: "Eu não tenho interesse em disputar novamente a Prefeitura de São Paulo ou um cargo legislativo. Acredito que posso contribuir muito mais em um projeto nacional, seja no governo estadual ou, quem sabe, na Presidência da República."


O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, corroborou as declarações de Marçal, destacando que o partido já está se movimentando para lançar o ex-coach como candidato ao Palácio do Planalto. Avalanche afirmou que Marçal é o “novo expoente da política brasileira”, representando uma alternativa ao que ele descreveu como o “esgotamento da velha política”. Segundo ele, o PRTB está comprometido em oferecer uma plataforma sólida que reflita os valores conservadores, mas com uma abordagem inovadora.


Pedido a Ricardo Nunes e críticas à campanha


Apesar de elogiar Ricardo Nunes pela vitória no primeiro turno, Marçal foi enfático ao pedir que o atual prefeito adote algumas de suas propostas como condição para um eventual apoio no segundo turno. Entre suas sugestões, estão a transformação de unidades educativas em escolas olímpicas, visando incentivar o esporte entre os jovens, e a implementação de educação financeira como parte do currículo escolar.


"Essas são propostas que considero essenciais para o desenvolvimento de São Paulo e, se Nunes as adotar, acredito que podemos ter uma administração que realmente faça a diferença para a população. O esporte e a educação financeira são pilares que precisam ser integrados ao sistema educacional para formarmos cidadãos mais preparados para o futuro", disse Marçal.


No entanto, ele também criticou a forma como foi tratado durante a campanha, alegando que a equipe de marketing de Nunes teria sido "injusta" em algumas ocasiões. "É coisa de marqueteiro, todo mundo sabe como funciona. Eles pegam pesado, fazem ataques pessoais, mas eu não guardo mágoas. A política é assim, mas precisamos transcender esse tipo de comportamento."


Relação com Lula e Bolsonaro


Além de discutir sua campanha e as eleições municipais, Marçal aproveitou a ocasião para fazer duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele chamou o atual presidente de "senil" e sugeriu que Lula está trilhando um caminho semelhante ao de Joe Biden, insinuando que ambos os líderes estariam enfrentando desafios relacionados à idade. "O Brasil precisa de liderança forte, com ideias novas e disposição para trabalhar pelo povo. O ciclo de Lula está chegando ao fim, e acredito que em 2026 o Brasil estará pronto para um novo capítulo."


Marçal também se distanciou de Jair Bolsonaro, com quem muitos acreditavam que ele tivesse uma aliança política. Ele deixou claro que, apesar de compartilhar algumas ideias conservadoras com o ex-presidente, nunca foram aliados de fato. "O conservadorismo no Brasil é maior que Lula e Bolsonaro. Temos que parar de centralizar a política em torno de figuras, precisamos falar de ideias, de projetos reais para o país", declarou Marçal.


Marçal ainda rebateu acusações feitas por Bolsonaro durante a campanha, quando o ex-presidente o acusou de utilizar um laudo médico falso contra Guilherme Boulos. Segundo Marçal, essas alegações são falsas e fazem parte de uma tentativa de desviar a atenção do verdadeiro debate. "Bolsonaro nunca me ajudou, nunca me apoiou, e eu também nunca precisei dele. Minha caminhada é independente", concluiu.


O conservadorismo e o futuro do Brasil


A possível candidatura de Pablo Marçal à Presidência em 2026 já movimenta bastidores políticos e promete ser uma das mais interessantes dos próximos anos. A ascensão de figuras como Marçal, que se distanciam tanto de Lula quanto de Bolsonaro, aponta para uma reconfiguração do cenário político brasileiro, onde o conservadorismo começa a se dissociar das figuras tradicionais para focar em novos rostos.


O PRTB já sinalizou que pretende lançar Marçal como um candidato forte, apostando no seu apelo junto ao eleitorado mais jovem e insatisfeito com os rumos da política tradicional. Com uma base forte nas redes sociais e uma estratégia de campanha voltada para a inovação, Marçal tem tudo para ser um dos principais protagonistas das eleições de 2026.


Embora tenha enfrentado desafios significativos em sua corrida pela Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal conseguiu capitalizar sua imagem como um outsider político, atraindo uma base de apoio considerável sem os recursos típicos das campanhas tradicionais. Com um discurso focado em inovação, renovação e propostas concretas, Marçal já mira voos mais altos em sua carreira política, com olhos voltados para o Palácio do Planalto.


Seu futuro na política nacional depende, em grande parte, de como ele conseguirá transformar seu desempenho nas urnas municipais em uma plataforma nacional. Independentemente do desfecho, a jornada de Marçal promete ser uma das mais observadas nos próximos anos, com potenciais implicações significativas para o futuro do conservadorismo e da política brasileira como um todo.
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