O senador Cleitinho Azevedo, de Minas Gerais, voltou a protagonizar críticas contundentes contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em uma entrevista concedida à jornalista Berenice Leite, onde abordou questões polêmicas envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo do presidente Lula. Durante a conversa, Cleitinho destacou sua insatisfação com a postura de Pacheco em relação ao pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, que, segundo o senador, permanece travado nas mãos do presidente do Senado.
Cleitinho Azevedo, que tem se destacado por sua atuação crítica dentro do Congresso Nacional, afirmou que o pedido de impeachment contra Moraes, uma das figuras centrais do Supremo Tribunal Federal, havia alcançado o apoio de 36 senadores. No entanto, segundo ele, o entusiasmo pela iniciativa diminuiu após o período eleitoral. “Chegamos a 36 senadores apoiando o pedido, mas esfriou depois das eleições. Estou me mobilizando para conseguir as 41 assinaturas e Pacheco dar prosseguimento ao impeachment de Moraes”, disse o senador, ressaltando a importância de colocar o STF em seu devido lugar, em referência ao que ele acredita ser uma atuação extrapolada dos limites constitucionais por parte da Suprema Corte.
O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes é uma questão sensível e controversa dentro do Senado Federal. Moraes, que é alvo frequente de críticas por parte de parlamentares da oposição e de setores ligados ao presidente Jair Bolsonaro, tem sido acusado de adotar posturas autoritárias e de agir politicamente em suas decisões como ministro do STF. O senador Cleitinho Azevedo, que ecoa esses discursos, não poupou críticas a Rodrigo Pacheco, afirmando que o presidente do Senado estaria, deliberadamente, protelando o andamento do pedido de impeachment.
Para Cleitinho, a relação entre Pacheco e o presidente Lula é um dos fatores que impede o avanço desse e de outros processos no Senado. “Rodrigo Pacheco é aliado de Lula. Ele tem segurado esse pedido de impeachment porque sabe que o STF tem sido um grande parceiro do governo”, disparou o senador mineiro, em um tom indignado. Essa acusação reflete a insatisfação crescente de senadores da oposição com o que consideram ser uma aliança tácita entre o Judiciário e o Executivo federal, comprometendo, segundo eles, o equilíbrio entre os três poderes.
Cleitinho também criticou a lentidão com que o Senado tem lidado com outros temas sensíveis, especialmente no que se refere à responsabilização de ministros do Supremo. Para ele, a omissão de Pacheco em relação ao impeachment de Moraes demonstra um alinhamento com as diretrizes do governo de Lula, o que prejudica a independência do Congresso Nacional e enfraquece o papel fiscalizador dos parlamentares. Ele reafirmou seu compromisso em continuar lutando para que o impeachment de Moraes avance, mesmo diante das dificuldades políticas enfrentadas.
O senador também aproveitou a entrevista para destacar sua mobilização nos bastidores, afirmando que está empenhado em conquistar as 41 assinaturas necessárias para que o pedido de impeachment seja levado adiante. Segundo ele, há um movimento crescente dentro do Senado que busca enfrentar a influência do STF sobre o Legislativo, mas o apoio precisa ser consolidado. “Nós vamos fazer de tudo para botar o STF no lugar dele”, declarou Cleitinho, reafirmando seu posicionamento firme contra o que considera ser a interferência excessiva do Judiciário nas decisões políticas do país.
A atuação de Cleitinho Azevedo reflete um cenário político em que as tensões entre o Legislativo, o Judiciário e o Executivo estão mais acentuadas. Com a proximidade das eleições municipais e a expectativa de novos embates eleitorais no horizonte, o senador acredita que a pressão popular sobre o Congresso e o STF será determinante para o desfecho de questões como o impeachment de Alexandre de Moraes. Cleitinho tem apostado em uma narrativa de enfrentamento com o Judiciário e com o governo de Lula, em um esforço para consolidar sua imagem de defensor da independência dos poderes e de crítico ferrenho da administração federal.
A resposta de Rodrigo Pacheco às declarações de Cleitinho ainda não foi formalizada, mas o presidente do Senado tem evitado alimentar o conflito público com os senadores que apoiam o impeachment de Moraes. Pacheco, conhecido por adotar uma postura mais moderada e conciliadora, busca manter a estabilidade do Senado diante de temas polêmicos e divisivos, como a questão envolvendo o STF.
Enquanto isso, Cleitinho segue firme em sua mobilização, utilizando a mídia e suas redes sociais para amplificar suas críticas e conquistar o apoio necessário entre os parlamentares e a opinião pública. Resta saber se o senador conseguirá, de fato, viabilizar as assinaturas necessárias para impulsionar o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes e enfrentar a resistência de Rodrigo Pacheco, que até o momento tem conseguido manter o controle sobre a pauta do Senado.