Jojo Todynho se posiciona sobre a PEC que visa por fim à escala 6×1


Jojo Todynho entrou no debate público sobre a polêmica proposta de mudança na escala de trabalho 6×1, expressando sua opinião sobre o tema nas redes sociais. A cantora, conhecida por sua autenticidade e conexão com o público, destacou que considera a escala atual muito “pesada” para os trabalhadores, mas ponderou que a alternativa sugerida de 4×3 não seria uma solução viável. A declaração foi dada na última quinta-feira (14), em resposta a um seguidor durante uma interação em sua conta no Instagram.


Jojo compartilhou sua experiência pessoal para embasar sua opinião. Ela relembrou o período em que trabalhou seguindo a escala 6×1 e descreveu as dificuldades enfrentadas na rotina exaustiva. “6×1 é pesado pra c******. Deus me livre. Shopping então? Trabalhei uma vez só, seis meses, nunca mais na minha vida, porque é muito ruim, não só em shopping, trabalhar 6×1 é muito ruim. É cansativo mesmo”, afirmou a cantora, que não poupou críticas ao formato tradicional de trabalho que, segundo ela, compromete a qualidade de vida dos empregados.


Apesar de sua crítica ao sistema atual, Jojo não acredita que a proposta de substituir o modelo 6×1 pela escala 4×3 seja a solução ideal. A cantora alertou para possíveis consequências negativas de tal mudança, como o aumento de custos para os empregadores e a possibilidade de redução salarial. Para ela, a melhor alternativa seria um modelo intermediário, como o 5×2, que permitiria aos trabalhadores cinco dias de trabalho seguidos por dois de descanso. “4×3 não concordo, acho que seria muito ruim para todos, tudo ia ficar muito mais caro, o povo vai querer reduzir salário, porque você vai ter que fazer escala, contratar mais gente… 5×2 eu super concordo. Trabalhar cinco e descansar dois acho super válido. As pessoas têm que ter uma qualidade de vida, passar um domingo com a família, sábado passear. Temos que ter esse lazer”, argumentou Jojo.


A discussão em torno da escala de trabalho ganhou destaque após a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pela deputada federal Erika Hilton, do PSOL-SP. A proposta foi formulada a partir de uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho, liderado por Rick Azevedo, vereador eleito no Rio de Janeiro também pelo PSOL. A PEC tem como objetivo pôr fim à jornada de 44 horas semanais, que está em vigor no Brasil desde 1943, quando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi instituída. No lugar do modelo atual, a proposta sugere reduzir o limite para 36 horas semanais, o que, na prática, daria origem à escala 4×3.


O projeto tem gerado debates intensos em diferentes setores da sociedade. Para os defensores da medida, a redução da carga horária semanal é essencial para promover maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal, além de refletir avanços nas relações de trabalho em um cenário de transformação tecnológica e produtiva. Já os críticos apontam que a proposta pode gerar dificuldades econômicas, principalmente para pequenos e médios empreendedores, ao aumentar os custos operacionais e, possivelmente, exigir contratações adicionais.


As declarações de Jojo Todynho ecoam os dilemas vivenciados por muitos brasileiros que enfrentam jornadas longas e pouco tempo de descanso. A proposta de um modelo como o 5×2, defendido pela cantora, busca um meio-termo entre as demandas dos trabalhadores por mais qualidade de vida e a necessidade das empresas de manter sua viabilidade econômica. A cantora destacou a importância do lazer e da convivência familiar como fatores que devem ser considerados na construção de políticas trabalhistas. Segundo ela, o atual modelo não permite aos trabalhadores desfrutar de momentos essenciais com seus entes queridos, algo que poderia ser mitigado com uma escala mais equilibrada.


Além de reacender o debate sobre a escala de trabalho, a proposta também levanta questões mais amplas sobre a modernização das leis trabalhistas no Brasil. A CLT, embora tenha sido um marco histórico na proteção dos direitos dos trabalhadores, é frequentemente criticada por não acompanhar as mudanças no mercado de trabalho ao longo das últimas décadas. A discussão sobre a escala 6×1 é vista por muitos como parte de um esforço maior para adaptar as normas trabalhistas às necessidades atuais, sem comprometer os direitos adquiridos ou prejudicar a economia.


As opiniões de Jojo Todynho ilustram como figuras públicas podem desempenhar um papel importante ao amplificar vozes e perspectivas no debate público. Com seu estilo direto e popular, a cantora trouxe à tona um tema que, embora técnico, impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros. Sua defesa por um modelo que valorize o bem-estar do trabalhador sem desconsiderar as limitações do empregador reflete um equilíbrio que muitos esperam ver alcançado nas discussões futuras.


Enquanto o debate sobre a PEC avança no Congresso Nacional, as opiniões de trabalhadores, especialistas e figuras públicas como Jojo Todynho contribuem para enriquecer a discussão e buscar soluções que atendam às necessidades de todas as partes envolvidas. A expectativa agora é que o diálogo seja ampliado e que as decisões tomadas reflitam um compromisso com o progresso social e econômico do país.

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