Mais de 20 anos depois, Luxemburgo faz revelação grave e detona Bonner


Vanderlei Luxemburgo, um dos treinadores mais icônicos do futebol brasileiro, fez revelações contundentes sobre um episódio que, segundo ele, mudou o curso de sua carreira. Em declarações recentes, Luxa acusou a Rede Globo e o jornalista William Bonner de serem diretamente responsáveis por ele não ter comandado a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2002, vencida pelo Brasil sob o comando de Luiz Felipe Scolari.


Segundo Luxemburgo, a Rede Globo teria conduzido uma campanha contra ele, veiculando no Jornal Nacional uma série de matérias que o colocavam como vilão após o fracasso nas Olimpíadas de Sydney, em 2000. Naquela ocasião, o Brasil foi eliminado por Camarões nas quartas de final, mesmo com dois jogadores a mais em campo durante a prorrogação. A derrota custou a Luxa o cargo de técnico da seleção brasileira, uma decisão que ele acredita ter sido influenciada pela pressão midiática.


Luxemburgo afirmou que a Globo tinha interesses específicos na convocação do atacante Romário para as Olimpíadas, algo que ele recusou devido a critérios técnicos. Essa decisão teria desencadeado o desgaste com a emissora, que, de acordo com o técnico, o transformou em alvo de uma campanha negativa. “Foi uma covardia o que a Rede Globo fez comigo porque tinha o interesse que o Romário fosse para as Olimpíadas. Me botaram no Jornal Nacional durante uma semana como se eu fosse o maior vilão do Brasil. Aquilo me tirou uma Copa do Mundo”, declarou.


O treinador, que foi substituído por Emerson Leão após a eliminação olímpica, destacou que as reportagens exibidas no Jornal Nacional não apenas questionavam sua competência técnica, mas também o atacavam pessoalmente. Ele relembrou como foi retratado como corrupto e até acusado de crimes graves, sem que nenhuma prova fosse apresentada. Luxemburgo foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava os contratos entre a Nike e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além de ter enfrentado acusações de sonegação fiscal e participação financeira na venda de jogadores, levantadas por sua ex-secretária. Mesmo assim, ele contesta a maneira como foi tratado pela imprensa na época.


O técnico foi direto ao responsabilizar William Bonner, então âncora do Jornal Nacional, pelas matérias que considera caluniosas. “É inadmissível que alguém tire isso, da maneira como tiraram de mim, sem provar. Botaram você uma semana no Jornal Nacional, jornal pesado, com uma mulher falando que você é ladrão, que você é isso, que você é traficante de cocaína, não sei o quê. Pagaram pra levar ela lá. Botaram a mulher no Jornal Nacional falando do técnico da seleção brasileira como se fosse o maior bandido do Brasil. Que jornalismo é esse? Sem uma prova de absolutamente nada”, afirmou Luxemburgo.


Ele ainda classificou o jornalismo da Globo na época como “covarde” e reforçou que nunca houve comprovação das acusações levantadas contra ele. “Fizeram um jornalismo covarde comigo. Essa é a grande verdade. O responsável até hoje é o William Bonner, de ter feito aquilo lá. Mas o tempo é senhor da razão. Eu continuei minha vida profissional, tocando minha vida, ganhei títulos pra caramba depois daquilo lá, porque eu sou uma pessoa direita”, acrescentou.


Luxemburgo também utilizou suas declarações para reafirmar sua dignidade e o impacto que as acusações tiveram em sua carreira. Ele lamentou o fato de ter perdido a oportunidade de disputar uma Copa do Mundo como treinador principal, um dos maiores sonhos de qualquer técnico no futebol. Embora tenha tido uma carreira vitoriosa após o episódio, acumulando conquistas no cenário nacional e internacional, ele deixou claro que o período foi um dos mais difíceis de sua vida.


A polêmica reacendeu debates sobre a relação entre a mídia e figuras públicas, especialmente em contextos onde reputações podem ser arruinadas sem provas concretas. O técnico pediu uma reflexão sobre a responsabilidade dos veículos de comunicação em reportagens que podem impactar drasticamente a vida e a carreira de indivíduos.


Até o momento, nem William Bonner nem a Rede Globo se pronunciaram oficialmente sobre as declarações de Luxemburgo. No entanto, a gravidade das acusações levanta questionamentos sobre os bastidores do jornalismo esportivo e a influência da mídia em decisões de grande impacto no futebol brasileiro.


Independentemente de polêmicas passadas, Luxemburgo segue sendo uma figura de destaque no futebol, com seu legado construído por inúmeros títulos e contribuições ao esporte. As revelações recentes, porém, trazem à tona capítulos de sua trajetória que ele considera injustos e mal compreendidos, mostrando que as feridas daquele período ainda permanecem abertas.

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