O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, voltou a prestar depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 5 de dezembro. A nova oitiva teve como foco esclarecer questões relacionadas às recentes declarações de seu advogado, Cesar Bittencourt, que geraram grande repercussão na mídia. Durante uma entrevista à Globo News, Bittencourt afirmou que Cid teria delatado Bolsonaro em relação ao suposto "plano de golpe", uma narrativa frequentemente explorada pela imprensa tradicional, especialmente pela Rede Globo. No entanto, Mauro Cid refutou categoricamente essa afirmação, atribuindo o equívoco a uma confusão de seu defensor.
O depoimento foi conduzido pelo delegado Fabio Shor, que vem desempenhando um papel central nas investigações em torno do caso. Segundo relatos, Cesar Bittencourt também esteve presente durante a oitiva e reiterou sua posição, reconhecendo que havia se confundido nas respostas dadas durante a entrevista à Globo News. A declaração do advogado foi crucial para tentar dissipar as dúvidas levantadas após sua fala, que havia alimentado especulações em torno de um suposto envolvimento de Cid em um esquema de golpe de Estado.
A confusão gerada por Bittencourt ocorreu em um contexto de grande pressão durante a entrevista televisiva. Confrontado por questionamentos incisivos, o advogado acabou afirmando algo que não correspondia à realidade, como esclareceu posteriormente à Polícia Federal. Durante o depoimento, Mauro Cid enfatizou que não delatou Bolsonaro em relação a qualquer plano de golpe, reforçando que as declarações do advogado foram um deslize em meio à tensão do momento. A presença de Bittencourt no depoimento foi vista como um esforço para reafirmar sua posição e garantir a coesão da defesa.
O delegado Fabio Shor, responsável pelo depoimento, já esteve no centro de polêmicas anteriores. Ele foi alvo de críticas severas por parte do deputado federal Marcel van Hattem, que, em um momento de tensão, o classificou como "bandido" e "covarde". O episódio ocorreu na presença do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que optaram por não responder ao deputado. A atitude das autoridades gerou debates sobre a condução das investigações e a postura diante de críticas direcionadas à Polícia Federal.
O caso de Mauro Cid tem sido amplamente explorado na mídia, com grande atenção voltada para os desdobramentos de seus depoimentos e possíveis implicações no cenário político. A narrativa de um suposto "plano de golpe" ganhou força em setores da imprensa, mas enfrenta resistência de outras vozes que acusam a mídia tradicional de fomentar teorias infundadas para atacar o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados.
A audiência de Cid também reforça o papel delicado desempenhado por seu advogado na condução de sua defesa. As declarações de Bittencourt na entrevista à Globo News abriram espaço para especulações e intensificaram as pressões sobre Mauro Cid, que agora busca esclarecer qualquer mal-entendido. Para a defesa, o depoimento desta quinta-feira representa uma oportunidade de desmentir as narrativas que se formaram após o deslize de Bittencourt e reforçar a inocência do tenente-coronel em relação às acusações levantadas.
O cenário político em torno das investigações é marcado por tensões e embates entre diferentes atores. Fabio Shor, por exemplo, tem sido alvo de críticas por parte de parlamentares alinhados a Bolsonaro, que questionam sua imparcialidade e atuação. Por outro lado, setores da oposição enxergam nas investigações uma oportunidade de expor possíveis irregularidades cometidas durante o governo anterior.
A presença de Mauro Cid no noticiário reflete a complexidade das investigações e a tentativa de esclarecer os fatos em meio a uma enxurrada de informações e desinformações. Enquanto a defesa trabalha para proteger sua imagem e refutar as acusações, a Polícia Federal segue investigando os desdobramentos do caso, com o delegado Fabio Shor desempenhando um papel central na condução das oitivas.
A confusão gerada pelas declarações de Cesar Bittencourt trouxe à tona mais uma vez o impacto da mídia na formação da opinião pública e o papel das entrevistas em situações de alta tensão. Para Mauro Cid, o desafio permanece em provar sua inocência e enfrentar as pressões políticas e jurídicas que continuam a se intensificar. O caso segue sob os holofotes, enquanto novas informações são aguardadas para esclarecer definitivamente os fatos.