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 Em 15 de junho, ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão da PF. Agentes federais cumpriram mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes nas residências do senador em Brasília e no Espírito Santo, bem como no gabinete dele no Senado Federal.

Ao longo das investigações, Do Val deu diferentes versões sobre os fatos. Nesta quarta-feira (12), Jair Bolsonaro será ouvido pela PF no âmbito da investigação.

Trama antidemocrática

As mensagens encontradas pela Polícia Federal no telefone celular do senador e divulgadas pelo Metrópoles revelam o parlamentar fazendo um perigoso jogo duplo na cúpula dos poderes da República em torno de uma suposta trama para deflagrar um golpe de estado destinado a anular as eleições presidenciais de 2022.

Ao mesmo tempo que falava com o próprio Bolsonaro e trocava mensagens com o ex-deputado Daniel Silveira para tratar do plano, que previa gravar o ministro Alexandre de Moraes e abrir caminho para o que seria uma intervenção militar no país, do Val mantinha o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral a par de cada passo que dava.

De um lado o senador tratava com Daniel Silveira e se reunia com Bolsonaro maquinando o plano para derrubar Alexandre e anular as eleições, de outro ele delatava ao ministro, quase que em tempo real, que o então presidente da República e o deputado cassado estavam tentando cooptá-lo para colocar a proposta em marcha.

O plano que tinha o senador como personagem central envolvia a tentativa de flagrar eventuais inconfidências do ministro sobre o processo eleitoral. O próprio Marcos do Val encontraria o ministro e, equipado com aparelhos de escuta, o gravaria. O teor da gravação, de acordo com plano mirabolante gestado nas hostes bolsonaristas, seria a base para que militares alinhados ao bolsonarismo anulassem a eleição, decretassem uma intervenção no país e evitassem a posse de Lula.

Veja a nota do parlamentar na íntegra:

"Fomos surpreendidos nesta quarta-feira (12) com a publicação de matérias jornalísticas que atribuem ao senador Marcos do Val a responsabilidade por condutas que não são aparadas pelos fatos contidos nos autos da investigação conduzida pela Polícia Federal a respeito dos acontecimentos em torno do 8 de janeiro passado.

A biografia do senador Marcos do Val é pontuada pelo seu apreço pela democracia e repúdio a quaisquer aventuras antidemocráticas. Em toda a sua trajetória pública, antes mesmo de ingressar na arena política, Marcos do Val jamais endossou quaisquer discursos que pregassem a ruptura democrática, nem deu apoio a quaisquer movimentos nesse sentido.

Esse seu posicionamento está cristalizado nos depoimentos que deu à Polícia Federal, que apura os fatos em investigação sigilosa, bem como na íntegra das mensagens que foram criminosamente divulgadas nas matérias publicadas hoje.

As notícias veiculadas hoje envolvendo o nome do senador Marcos do Val descontextualizam trechos de extensas conversas, distorcendo os fatos e atribuindo ao senador uma responsabilidade que não é dele. Ao se analisar o inteiro teor da troca de mensagens citada nas reportagens, percebe-se o quanto a narrativa apresentada hoje pela imprensa não se sustenta.

Por fim, causa-nos espécie e indignação ver que elementos de uma investigação sigilosa que está sendo conduzida pela Polícia Federal tenham sido entregues à imprensa e divulgados ao público sem qualquer respeito à veracidade dos fatos, com o claro intuito de antecipar o julgamento pela opinião pública e manchar o nome do senador Marcos do Val.

Assessoria de imprensa."